por Maria Eduarda Sobral
O Serviço Voluntário já faz parte da minha vida desde os dezesseis anos. Conhecendo diversas comunidades carentes na cidade de São Paulo, desde São Mateus até o Jardim Ângela e até a região vizinha de Itapecerica, fui notando o que move as pessoas a dedicar seu tempo a cuidar do próximo.
O próximo que muitas vezes não reside em condições normais e saudáveis, pois nem esgoto e água ali chegam ou até a falta de luz elétrica reduzem a pessoa ao que não se pode chamar de cidadão.
Faço parte de um grupo de pessoas que se dispõe ou já saiu de sua casa, de seu mundinho e com simplicidade, tomou um café com a líder comunitária de uma favela para conhecer a realidade deste próximo e agradecer por ter mais oportunidades do que ele e mesmo assim pode ajudá-lo ou ensina-o a mudar seu ambiente.
A partir de 2000, além de voluntária, comecei a atuar no terceiro setor como advogada das ONGs, atualmente chamadas de organizações da sociedade civil e, como instrutora e professora de seus colaboradores, voluntários e diretores.
O que poderia ser apenas um ofício tornou-se uma paixão.
Assim, nos últimos dezesseis anos, acompanhei a transformação, profissionalização do Terceiro Setor e o surgimento dos Negócios de Impacto Social.
Em 2014, tive a grata oportunidade de me sentar por uma hora com o Sr. Lester M. Salamon, Diretor do Centro de Estudos da Sociedade Civil da Universidade Johns Hopkins em Baltimore, para discutir ideias de Venture Capital e explicar a ele que aqui no Brasil chamamos o Setor dos Negócios de Impacto Social, de Setor 2,5 (dois e meio), pois este está entre o Terceiro Setor (o das ONGs) e o Segundo Setor (Privado).
Justamente ele, um dos autores das primeiras pesquisas que foram matéria de estudo no Curso de Administração para Entidades Sem Fins Lucrativos que havia concluído na EAESP-FGV em São Paulo em 1999. Estava realizando um sonho.
Voltei motivada para São Paulo, para entender melhor por que um grupo grande de empresários brasileiros passou a se envolver com Negócios de Impacto Social e está repensando seus negócios e projetos pessoais de forma a ajudar o mundo a se transformar diariamente.
Por muito tempo, conservadora como sou em relação a maior parte das coisas, veja, sou advogada, faz parte, tinha receio de que os negócios de impacto social poderiam substituir o trabalho desenvolvido há muitos anos por organizações de assistência social, saúde, educação entre outras.
Mudei meu pensamento ao ver que estes Negócios podem conviver com as Organizações. Basta que a Visão e a Missão de cada um sejam bem definidas e colocadas em prática.
Então mãos à obra? Partiu…..
A SWISSCAM disponibiliza na área do associado a gravação da palestra ministrada pela Maria Eduarda Sobral no dia 25 de agosto de 2023 com o tema “Terceiro Setor: Negócio ou Missão de vida?”. Acesse em https://swisscam.com.br/area-restrita/. Ainda não tem login e senha? Entre em contato com a equipe da SWISSCAM.