Virginia Haag – Abordagens para Mudança e Desenvolvimento Humano
Vivemos um momento de grandes oportunidades em termos de modelos de liderança. Pelo menos conceitualmente e no discurso, todos concordam que o líder heroico e do sacrifício tem cada vez menos efetividade num mundo diverso, em constante mudança e cheio de jovens com propósitos.
Neste contexto de construção de novos modelos, surge sempre a pergunta: Terá chegado a vez de uma liderança com traços mais femininos?
Sem entrar na discussão se existe uma liderança mais feminina ou não e de quais são as suas características, o ponto central é que realmente precisamos (homens e mulheres) de um modelo de liderança mais orgânico e fluido, que evolua constantemente, inclusive em suas verdades e crenças. Um modelo que ofereça a segurança necessária para uma melhor combinação entre performance e lado humano, entre competição e cooperação.
Um modelo onde as lideranças saibam mudar a si com efetividade, tornando-se uma melhor versão de si mesmas constantemente. E, ao vivenciar e dominar esta prática, possam influenciar equipes e a sua organização a evoluir em termos de crenças, culturas, modelos de gestão e de negócios.
E, assim, avançaremos de um paradigma heroico de liderança para um evolutivo e integrado em termos cognitivos e emocionais.
A boa notícia é que os desenvolvimentos recentes da Neurociência, da Economia Comportamental e de uma corrente específica da Psicologia Cognitiva (teoria construtivista-desenvolvimentista) trazem abordagens e ferramentas que ajudam a lidar com a mudança de forma efetiva. Oferecem, sem dúvida, um entendimento muito mais amplo do que está envolvido em qualquer processo de transformação pessoal ou organizacional, aliando evolução cognitiva e emocional.
A verdade é que mudar não é tão linear e simples como parece. Não é só uma questão de determinação e disciplina. Envolve identificar e superar vulnerabilidades, muito bem escondidas e protegidas por cada um de nós, principalmente no meio corporativo. Ninguém muda comportamento se não reconhecer seus medos e alterar a sua forma de pensar e de se relacionar com eles. É preciso abandonar crenças e visões de mundo que foram úteis no passado, mas que não a levarão ao futuro desejado.
Em questão de abraçar suas vulnerabilidades e mudar a sua lógica de ação, as mulheres têm demonstrado maior abertura nos treinamentos e trabalhos de mudança desenvolvidos por mim. De certa forma, as velhas crenças nos ajudam neste sentido. Afinal, a sociedade aceita com mais facilidade que as mulheres sejam vulneráveis, embora isto também signifique o enquadramento na “caixa das mais frágeis”. Bem, tudo tem um preço, mas esta “vantagem” pode nos levar a processos de mudanças mais rápidos e efetivos.
Eu tenho acompanhado mulheres gerentes, diretoras e presidentes de empresas que ao se conscientizarem do medo de sua impulsividade, passam a adotar padrões de ação mais estratégicos e que levam em consideração o outro (o seu mundo, a sua forma de pensar, o verdadeiro exercício de empatia).
Assim, observo casos onde as mulheres:
· Deixam de serem vistas como uma máquina de ansiedade e ação. Entendem que a inteligência e o equilíbrio são forças poderosas.
· Deixam a ideia de controlar tudo de lado, entendendo que não precisam ser perfeitas sempre, adotando um modo de vida mais equilibrado e arriscando-se mais em suas propostas e soluções.
· Entendem que para serem ouvidas numa reunião devem se posicionar com clareza e assertividade. Afinal, não são impostoras. Elas merecem estar ali, embora alguns não acreditem nisto.
· Não tem medo de lutar por sua autonomia e por seus projetos, mesmo que isto signifique romper com regras impostas por terceiros que não fazem mais sentido.
Embora as lógicas de ação superadas acima por executivas e empreendedoras não estejam presentes somente em mulheres, elas são atribuídas muito mais a nós.
As abordagens usadas por mim nos treinamentos e trabalhos de desenvolvimento permitem as mulheres identificarem seus objetivos de mudança de mentalidade e de lógica de ação. São mapeados comportamentos contraditórios e vulnerabilidades inconscientes que as mantêm presas a “velhos padrões de pensar, sentir e agir”.
A partir deste processo de tomada de consciência, a líder poderá começar a agir de outra forma, amparada por visões de mundo mais abertas e menos fixas, que as liberam para um maior grau de autonomia e protagonismo.
São abordagens muito funcionais, vivenciais, que uma vez aprendidas podem ser incorporadas no dia-a-dia da executiva ou empreendedora, reduzindo enormemente o grau de ansiedade implícito em qualquer processo de mudança e aquele sentimento de “estar sem saída ou de ter chegado ao limite de sua capacidade”.
Se você tem interesse em realizar mudanças em si, participe do curso “Liderança Feminina: Superando suas Resistências a Mudanças e Velhas Crenças”, no dia 6 de março, na Swisscam. Você terá a oportunidade de discutir com um grupo de líderes mulheres as crenças que nos aprisionam. Além disso, fará o seu Mapa de Imunidade à Mudança, identificando suas próprias “resistências à Mudança” e crenças que te impedem a avançar.
Tudo isto num ambiente de muita segurança e compartilhamento de vulnerabilidades. Afinal, não há coragem se não estamos vulneráveis. Será uma grande jornada rumo a uma melhor versão de si mesma!
Virgínia Eickhoff Haag
Sócia-diretora da Virginia Haag – Abordagens para Mudança e Desenvolvimento Humano
Mestre em Economia, Especialização em Neurociência e Psicologia Cognitiva
São Paulo, jan/2020.
Primeira Brasileira certificada em Abordagens para Mudança pelo Instituto Minds at Work – Boston/EUA