Pelo oitavo ano consecutivo o Comitê de Recursos Humanos da SWISSCAM organizou o Painel de Diversidade e Inclusão no dia 02 de outubro de 2025, em São Paulo, que reuniu especialistas e representantes de grandes empresas para debater temas atuais e relevantes como diversidade etária nas organizações, etarismo no mercado de trabalho e estratégias de inclusão geracional.
O evento foi aberto pelo presidente da SWISSCAM, Flavio Silva, e contou com a participação especial do consagrado jornalista Ernesto Paglia, que após se aposentar da Globo, continua realizando diversos projetos em sua fase madura.
Mórris Litvak, fundador e CEO da Maturi, ministrou a palestra “O Futuro do Trabalho é Intergeracional: Empresas Age-Friendly no Brasil”, alertando para o rápido envelhecimento populacional no Brasil e suas implicações no mercado de trabalho. Diante da escassez de jovens talentos e do aumento da população 50+, as empresas precisam repensar suas estratégias de diversidade e integração geracional.
Mórris apresentou como a Maturi tem atuado para lidar com esta realidade, com foco no público 50+, oferecendo educação continuada, recolocação profissional, branding e o Banco de Talentos 50+. No Brasil, a Maturi é representante oficial do programa Certified Age-Friendly Employer (CAFE), reconhecido nos EUA e voltado a organizações comprometidas com a inclusão e valorização de profissionais maduros.
A palestra também enfatizou os benefícios do diálogo intergeracional, que estimula o aprendizado mútuo, a inovação e o fortalecimento da cultura organizacional. Ao integrar diferentes gerações, as empresas tornam-se mais adaptáveis, criativas e preparadas para o futuro.
Na sequência, Nilton Clécio, Coordenador de Projetos e Parcerias na United Way Brasil, ministrou a palestra “Etarismo e Conflito Geracional no Mercado de Trabalho”. Ele apresentou o movimento Juventudes Potentes, parte da rede internacional Global Opportunity Youth Network (GOYN), liderada pelo Instituto Aspen e articulada no Brasil pela United Way Brasil (UWB) desde 2020. O programa tem como missão promover a inclusão produtiva de jovens em vulnerabilidade social (15 a 29 anos).
Nilton abordou o conflito geracional nas empresas, destacando as diferenças de valores, comunicação e visão de carreira entre as gerações. Mostra que 1 em cada 3 pessoas perde até 5 horas semanais em conflitos entre gerações, reduzindo a produtividade.
Entre as características da Geração Z, Nilton aponta como sendo a primeira “nativa digital”, criativa, focada em propósito e equilíbrio entre vida pessoal e profissional, mas que enfrenta desafios como ansiedade, insegurança financeira e dificuldade de foco. Citou o livro “A Geração Ansiosa – Como a infância hiperconectada está causando uma epidemia de transtornos mentais”, de Jonathan Haidt, e a fase de intensas mudanças cognitivas e emocionais. Como o desenvolvimento do córtex pré-frontal – ligado a planejamento, tomada de decisão e controle emocional – vai até os 24 anos, esses jovens podem demonstrar impulsividade ou pouca clareza em escolhas de longo prazo. Por isso, ações de mentoria devem oferecer orientação prática, exemplos reais e reforço positivo.
Por fim, Nilton apresentou programas realizados com empresas parceiras e casos reais de jovens que marcaram sua jornada. A transformação social e econômica depende da integração dos jovens no mercado de trabalho com propósito, equidade e colaboração intergeracional, criando oportunidades que gerem impacto positivo para toda a sociedade.
Maria Lúcia Gadotti, coordenadora do Comitê de Recursos Humanos da SWISSCAM e moderadora do painel, iniciou o primeiro bloco do painel, intitulado “Diversidade e estratégia de negócios”, com André Carvalhal, CFO LATAM na MCI, Augusto Drumond, Head de Diversidade e Inclusão na Nestlé, e Patricia Rodolfo, Líder de Customer Experience na Roche. Os especialistas trouxeram sua opinião e informaram os programas e procedimentos que são conduzidos em suas empresas para lidar com questões como conflitos geracionais e benefícios da sua integração, mudanças demográficas, comunicação interna, cultura organizacional e diversidade e inclusão.
No segundo bloco, intitulado “Etarismo e longevidade” Maria Lúcia conversou com Simone Sá, Head of HR Brazil da Clariant, Carlos Augusto Junior, Diretor de Pessoas, Comunicação e ESG na Atlas Schindler e Mônica Matias, Head of Talent & Culture | People & Culture na Zurich Seguros. Os temas debatidos envolveram uma análise intercultural, das práticas observadas em equipes globais com relação à convivência entre gerações, o etarismo e as medidas preventivas tomadas pelas empresas, o impacto das novas tecnologias como a inteligência artificial, assim como temas polêmicos com o home office.
Agradecemos aos associados Ouro por proporcionar este momento memorável e de troca entre os associados.