A SWISSCAM organizou, no dia 17 de junho (quinta-feira), um painel especial sobre “Saúde mental nas empresas”. Este assunto já vinha ganhando visibilidade dentro das corporações, mas com o advento da pandemia da Covid-19, foi necessário colocar em prática, rapidamente, projetos para ajudar os colaboradores.
Neste evento, contamos com a participação do Presidente da SWISSCAM, H. Philip Schneider e a mediação da Coordenadora do Comitê de Recursos Humanos, Maria Lúcia Menezes Gadotti. Além disso, tivemos o prazer de ouvir três representantes de empresas associadas à SWISSCAM: Dra. Daniela Laranja Gomes Rodrigues, Neurologista e Pesquisadora do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Katia Regina, responsável pela área de Bem-Estar e Reconhecimento na Nestlé e Carlos Roberto Toledo, Diretor Executivo de Recursos Humanos da Zurich no Brasil.
O “burnout” – Uma Visão Médica
A Dra. Daniela Rodrigues trouxe uma visão médica sobre a questão, ao compartilhar casos de pacientes que se encontravam em estado de burnout (exaustão física e psicológica causada pelo excesso de trabalho), mas nem sabiam. “Os pacientes costumam chegar ao meu consultório reclamando de dores físicas, como dor de cabeça, e acham que tomando algum remédio vão solucionar o problema. No entanto, a dor de cabeça é apenas um sinal de que a saúde mental não vai bem. Há outros indicadores, como dores na lombar, ansiedade, depressão, fobias etc.”
Ela enfatizou a responsabilidade dos líderes em relação aos seus liderados. “Geralmente os empregados não querem falar sobre seus problemas, com medo de parecerem fracos diante do chefe e colegas de trabalho. Por isso, é importante que os líderes conversem com os empregados e se atentem ao aumento do número de faltas e licenças dentro da equipe.”
A médica também passou algumas dicas para nos sentirmos melhores e evitarmos o aparecimento de doenças mentais. “Para não adoecermos, o melhor remédio é a prevenção. É fundamental reservar tempo para os momentos de lazer, investir energia em algo que gostamos, praticar exercícios e ter uma dieta saudável. O espaço físico do ambiente de trabalho também pode ajudar. Pesquisas indicam que lugares limpos, organizados, sem acúmulo de lixo e com plantas favorizam o bem-estar dos colaboradores.”
As ações da Nestlé – Programa: “Emoções Conectadas”
Katia Regina iniciou sua fala com uma frase que resume bem por que as empresas devem se preocupar com a saúde mental dos seus colaboradores: “Pessoas satisfeitas trabalham por algo melhor e são mais engajadas com a organização.” É importante frisar que a Nestlé é uma empresa de alimentos, ou seja, de serviços considerados essenciais, por isso ela não pôde parar durante a pandemia. Diferente de outras empresas, a maioria de seus empregados teve que trabalhar presencialmente. Desta forma, a empresa enxergou uma necessidade ainda maior de dar apoio aos colaboradores em um momento tão difícil. “A gente já tinha projetos voltados à saúde, no entanto, decidimos reforçar essa área e desenvolvemos durante a pandemia um projeto chamado Emoções Conectadas.” Segundo Kátia, foram promovidas uma série de sessões online, ministradas por psicólogos e terapeutas, para auxiliar os colaboradores a administrarem melhor seus sentimentos em momentos de stress e alta pressão.
Outra ideia interessante foi a criação de sessões exclusivas para os líderes. “Muito se fala sobre a responsabilidade dos líderes, mas eles também são pessoas, com problemas, sentimentos e precisam de uma ajuda especial. Por isso, promovemos sessões exclusivas para ouvir e aconselhar profissionais do alto escalão.”
Além do projeto “Emoções Conectadas”, a Nestlé disponibilizou um número de telefone 0800 para conversar com profissionais capacitados. “Com esse acompanhamento individual e as sessões online vimos uma redução do número de afastamentos. Está sendo muito benéfico para a empresa oferecer este tipo de ajuda, não apenas aos nossos colaboradores, mas também aos seus familiares e aposentados.”
Zurich usa a tecnologia para ajudar seus colaboradores
Em razão da pandemia, todos os funcionários da Zurich passaram a trabalhar em casa, por isso a empresa sentiu a necessidade de estabelecer algumas regras para que os colaboradores não se sentissem cansados. “Na Zurich, temos um grupo de engajamento dedicado a realizar pesquisas, trazer ideias e discutir novas ações.”, explicou Carlos Roberto Toledo. Ele listou uma série de ações simples, mas eficazes, que foram implantadas. “Bloqueamos a agenda das 12h às 14h, para que não haja reuniões e os funcionário possam almoçar com tranquilidade. Também aconselhamos os funcionários a usarem os primeiros 5 minutos da reunião para saberem como os colegas estão, antes de começarem a falar de fato sobre assuntos de trabalho. Além disso, há sempre um intervalo entre as reuniões, para fazermos uma pausa e recarregarmos as energias.”
A Zurich também utilizou recursos tecnológicos, como o uso de aplicativos. O app “Equilíbrio Z” incentiva praticar exercícios, meditar, fornece orientação nutricional e aconselhamento psicológico.
“Provemos Lives sobre saúde mental, com a Monja Coen, o Psiquiatra Daniel Barros e o Filósofo Luiz Felipe Pondé. Além de atividades para distrair os funcionários, como uma palestra sobre vinhos com o Galvão Bueno e uma Festa Junina virtual.”, acrescentou Carlos Roberto Toledo.
Ele fechou a sua participação com uma reflexão sobre a diferença entre empresas que têm propósitos e aquelas que vivem seus propósitos. “Os clientes e os colaboradores sentem quando a empresa quer ajudar de maneira genuína.”
O que virá depois da covid-19?
Ainda estamos no meio da crise e não temos como saber exatamente o que vai acontecer depois. No entanto, nossos convidados mostraram que simples ações das organizações podem melhorar consideravelmente a vida dos empregados, aposentados e familiares. Tudo indica, que esses programas de saúde e o uso da tecnologia devem permanecer. A SWISSCAM estará atenta às novidades para enfrentar os novos desafios no mundo pós-covid. Não percam os próximos eventos do Comitê de Recursos Humanos!