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EVENTO SWISSCAM – Assembleia Geral Ordinária

07/mar/2024 - Almoço-Palestra, Assembleia Geral Ordinária

No dia 27 de março de 2024 foi realizada a Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária da SWISSCAM no auditório da Swiss Re em São Paulo.

O Presidente da SWISSCAM, Flavio Silva, abriu o evento agradecendo a todos os associados, em especial a Swiss Re, que acabou de realizar o upgrade para a categoria de associação Ouro, por abrir as portas para a realização do evento e o apoio dos associados Ouro: Roche, Nestlé, Atlas Schindler, Zurich, ABB, Clariant, Novartis, Syngenta, Curaprox, MSC, Philip Morris, MCI, Hilti, Gradiente, Logitech e Swiss Re. Agradeceu também a presença do Cônsul Geral Pierre Hagmann e os voluntários que se dedicam à SWISSCAM: diretores, conselheiros e coordenadores dos comitês.

Flavio destacou que o ano de 2023 foi positivo, apesar das expectativas contrárias, e deu mérito à equipe SWISSCAM.

Em seguida, passou a palavra ao Cônsul Geral, Pierre Hagmann, que parabenizou a SWISSCAM pelos eventos e atividades de alta qualidade que contribuem para a visibilidade e boa imagem de excelência da Suíça no Brasil. Agradeceu a frutífera parceria em nome das representações suíças no país. O Cônsul citou duas importantes iniciativas: a primeira é a organização, em colaboração com a Embaixada Suíça e parceria com a Associação Cultural e Artística Oswaldo Goeldi, da exposição “O Legado Suíço-Brasileiro na Amazônia”, criada para comemorar o apoio da Suíça ao Fundo Amazônia e que atualmente está aberta no Museu Catavento. Depois de ser exibida em Brasília, Porto Alegre e, agora, São Paulo, a exposição seguirá para Florianópolis e Rio de Janeiro, ainda em 2024, encerrando sua itinerância em Belém do Pará, por ocasião da COP30, em 2025.

A segunda iniciativa é o Fórum de Infraestrutura On the Road to Net Zero, no final de outubro, com o intuito de abrir mais oportunidades de negócios para empresas suíças no Brasil.

O Embaixador da Suíça, Pietro Lazzeri, participou de forma remota ressaltando que o último ano foi positivo para as relações bilaterais. Em particular, a Embaixada tem trabalhado em 3 áreas principais: as relações econômicas e comerciais, a ciência, inovação e pesquisa, e a sustentabilidade. Mencionou a visita do Conselheiro Federal Guy Parmelin, o Ministro da Economia da Suíça, e da maior delegação econômica e científica que já visitou o Brasil. Também foi importante a visita do presidente do Conselho Nacional Martin Candinas e da delegação parlamentar, que incluiu uma reunião presidencial. As perspectivas para 2024 também são promissoras. O ano iniciou com uma participação significativa da delegação brasileira no Fórum Econômico Mundial em Davos. Quanto ao acordo EFTA-Mercosul, o objetivo é concluir a negociação este ano. Para isto, uma delegação parlamentar esteve no Brasil recentemente para apoiar o avanço das negociações. Este ano o Brasil tem a presidência do G20, do qual a Suíça participa de mais de 30 reuniões. A embaixada já começou os preparativos para a COP30 na Amazônia, desenvolvendo uma agenda ambiental e de sustentabilidade. Várias visitas de alto nível serão realizadas aqui no Brasil e na Suíça.

Por fim, o Embaixador citou a cooperação com o setor privado, que é fundamental para promover nossos interesses e valores. Ela está alinhada com a nova estratégia de política externa da Suíça que acaba de ser aprovada pelo governo e será implementada também no Brasil. São enormes as oportunidades em diferentes setores: infraestrutura, transição energética, saúde, finanças, economia verde. O Brasil continua a ter estabilidade macroeconômica, inflação sob controle e a reforma tributária terá que começar a dar frutos. Por outro lado, também temos grandes desafios no Brasil: burocracia, criminalidade e polarização política. A embaixada está comprometida em reforçar a cooperação sólida e frutífera com as empresas.

A Diretora Executiva, Mariana Badra, deu continuidade ao evento apresentando as atividades realizadas em 2023 e o lançamento do Relatório Anual, cujo foco desta edição foi infraestrutura e contou com imagens da Suíça, assim como um artigo de Frederico Turolla da Pezco Economics sobre infraestrutura brasileira. Mariana também apresentou o resultado financeiro no ano de 2023, a composição da diretoria, o orçamento para 2024 e as atividades previstas.

O Diretor Jurídico Gustavo Stüssi conduziu as formalidades de aprovação das contas e eleição da diretoria, com a entrada dos novos integrantes: Jairo Rozenblit (Logitech) como Diretor de Infraestrutura, Processamento de Dados e Tecnologia da Informação; Eugênio Staub (Gradiente), Lorice Scalise (Roche), Oliver Moesgen (Hilti) e Sven Feistel (Zurich) como Conselheiros. Também foi deliberado em Assembleia Extraordinária a atualização do estatuto da câmara.

Logo após a reunião da Assembleia, Caroline Cabral, economista sênior do Swiss Re Institute, ministrou uma palestra aos associados com o tema “Perspectivas Econômicas do Brasil: Mantendo a Resiliência em Meio às Mudanças Globais”.

Caroline afirma que hoje ainda não é possível olhar para os dados e falar com clareza que a desglobalização está acontecendo. Mas ela está acontecendo e cita termos como friendshoring e new-shoring. Decisões estratégicas de governo e de empresas estão sendo tomadas, mas vai levar um tempo para estas políticas, principalmente do governo americano, surtirem efeito.

A pandemia encerrou um ciclo econômico que teria começado na década de noventa com a abertura da economia chinesa, fim da guerra fria e boom da internet, entrando em declínio a partir de 2010. Agora, um novo ciclo se inicia, mas não sabemos onde vai chegar. Mas dois fatores seguramente farão parte dele e que são a mensagem principal desta palestra: são as letras “D” e “R”. A primeira representa cinco mega tendências: declínio demográfico, desglobalização, descarbonização, digitalização e aumento da dívida pública. A segunda se refere a resiliência, a capacidade de absorver choques.

Caroline citou dados sobre o crescimento mundial que tem se mantido estável, com previsão de crescimento de 2,5% em 2024 e 2,7% em 2025. O processo de desinflação deve seguir de forma gradual e volátil com riscos de alta em decorrência do crescimento dos salários e a persistência da inflação dos serviços. Sendo assim, os bancos centrais devem cortar as taxas de juros de forma cautelosa.

O nível de incerteza hoje permanece elevado. Os riscos envolvem erro de política monetária, tensões geopolíticas e eleições, principalmente as eleições presidenciais nos Estados Unidos.

Com relação ao Brasil, a economia do país surpreendeu positivamente no ano passado. A expectativa inicial era de um crescimento quase nulo, de 0,5%, mas encerrou em 2,9%, apesar das altas taxas de juros. A forte produção agrícola e o mercado de trabalho mais robusto impulsionaram este crescimento, mas deve perder força em 2024, com crescimento próximo de 2%, o que é hoje a tendência de longo prazo no país.

Ainda assim, Caroline afirma que sua visão para a economia brasileira nunca esteve tão positiva como agora, pensando desde 2011. Mas, para melhorar esse crescimento, as reformas estruturais precisam ser aceleradas. A meta de inflação de 3% ainda está longe de ser alcançada, que é o objetivo principal do Banco Central com a política monetária.

Os juros globais de longo prazo deverão permanecer mais elevados nos próximos dez anos do que eles foram nos dez anos anteriores à pandemia devido a vários fatores: expectativas de inflação mais elevadas, mudanças estruturais macroeconômicas, maior volatilidade.

Quanto às commodities, atualmente a pressão está baixa sob os preços devido a uma melhora na oferta e também ao crescimento mais fraco da economia. Ao mesmo tempo, há fatores que podem levar a um aumento nos preços, como no caso do petróleo, devido ao conflito de Israel com o Hamas. Outros fatores são os eventos climáticos e outras interrupções no mercado global.

Na classificação de risco soberano, o Brasil teve um upgrade no ano passado de duas agências devido à melhora no ambiente econômico, o progresso das reformas no país. Mas os desafios fiscais devem persistir. Existe uma dúvida grande se o governo vai conseguir atingir a meta fiscal.

O Swiss Re Institute desenvolveu o Índice de Resiliência em 2019, em que é avaliada a capacidade ou habilidade de uma economia absorver ou minimizar perdas econômicas depois de um choque como uma pandemia, uma guerra ou um desastre natural. É dividido em um índice econômico e outro relacionado à contribuição do setor de seguros para a estabilidade financeira das sociedades e organizações. Saiba mais em www.swissre.com/institute/

Os resultados das estimativas mostram que, apesar do nível de resiliência ter voltado ao nível pré-pandemia, permanece abaixo do que era antes da crise financeira mundial de 2008.

As mudanças climáticas, outra área de estudo do instituto, têm causado um impacto maior na economia atualmente, considerando o próprio crescimento econômico e a urbanização.

O evento foi finalizado com um standing lunch aos associados, que na saída ganharam presentes dos nossos associados Curaprox, Lindt e Artistik/Caran d’Ache.

Fotos: Lorna Lee