A SWISSCAM recebeu no dia 4/12/2019, Felipe Tâmega Fernandes, Head of Research and Analytics da Itaú Asset Management, para dividir com nossos associados as perspectivas econômicas para 2020.
O economista foi enfático ao dizer que o Brasil está no início de uma recuperação cíclica, mas fatores internos e externos vão ser decisivos para os resultados. Em 2020, a Itaú Asset Management estima que o PIB brasileiro cresça 2,7% e o mercado em geral espera um crescimento de 2,2%. “Esta expectativa parece muito otimista, mas ela não representa um grande crescimento na realidade. Se ela se confirmar, o Brasil vai crescer em torno de 0,6% a cada trimestre.”
Os principais fatores que indicam crescimento são os juros baixos, crescimento de crédito, aumento do consumo, aumento dos gastos fiscais e queda do desemprego. “Os juros devem permanecer baixos, em torno de 4,5% no próximo ano, aumentando consequentemente o consumo e o crédito. Além disso, com a aprovação da Reforma Trabalhista, espera-se que o mercado de trabalho se torne mais flexível, permitindo que mais pessoas trabalhem em contratos baseados em horas de trabalho. Também esperamos uma expansão fiscal do governo”
Ainda segundo o economista, a economia brasileira deve crescer no mesmo ritmo do que a economia global nos próximos anos. O FMI prevê crescimento global de 3,6%, em 2020 e 3,5% em 2021.
Felipe Tâmega ressaltou a importância do aceleramento da economia no curto prazo, em vista dos riscos políticos nacionais. “O crescimento econômico é muito importante para o governo neste momento e ele precisa ser palpável para a população o quanto antes. Caso o risco político interno aumente, isso pode descarrilar o crescimento, pois a agenda fiscal ficará em cheque. Também devemos ficar atentos às eleições municipais que acontecem em 2020.”
Em relação a fatores internacionais, o economista afirmou que a vulnerabilidade externa hoje não é um grande problema, pois a balança de pagamentos e as reservas estão adequadas. Contudo, outros acontecimentos como o Brexit, as eleições americanas e guerra comercial entre a China e os EUA, podem afetar o Brasil. “No entanto, a instabilidade política e a desaceleração econômica na América Latina é algo preocupante, por causa da onda de protestos. Chile e, talvez, Colômbia são os países que mais preocupam. Também devemos ficar de olho no México que sofre uma lenta deterioração de instituições.”
Agradecemos imensamente a participação e o empenho do economista Felipe Tâmega. Somos gratos também ao nosso Coordenador do Comitê Financeiro e Econômico, Frederico Turolla. Nossos associados saíram do evento mais preparados para planejar seus negócios no próximo ano.