A SWISSCAM é bastante próxima de seus associados e há algum tempo acompanha um número crescente de empresas preocupadas em formar equipes de trabalho mais plurais. No entanto, apesar de desejarem mudanças, muitas dessas empresas não sabem como implementar projetos de diversidade e inclusão.
Desde 2018, a SWISSCAM vem realizando junto com o Comitê de Recursos Humanos, coordenado pela Advogada Maria Lúcia Gadotti, eventos relacionados a esta temática. Nas duas primeiras edições, a SWISSCAM focou o debate nos desafios que as mulheres encontram no mercado de trabalho e a presença feminina em cargos de liderança. Nesta última edição, a SWISSCAM decidiu abranger a discussão, pois além da questão de gênero, a intenção era falar sobre a inclusão de pessoas com deficiência, de diferentes etnias e da comunidade LGBTQ+.
Organizamos então um painel online, no dia 22 de setembro, que teve a mediação de Tânia Moura, Vice-Presidente da Associação Brasileira dos Profissionais de RH. O evento também contou com a participação de profissionais renomados, que compartilharam estratégias e ideias para ajudar outras empresas a formarem equipes com profissionais de diversos perfis.
Ana Fontes, fundadora da RME – Rede Mulher Empreendedora, Instituto que ajuda mulheres a se inserirem no mundo dos negócios, iniciou o evento dizendo que dentro do grupo de mulheres há particularidades, que nem sempre são lembradas: “Auxiliamos mulheres negras, mulheres com mais de 50 anos, mulheres transgêneros e mulheres que moram fora dos centros urbanos. Cada uma tem a sua necessidade.” Ela ainda ressaltou que promover a diversidade não é apenas uma justiça social, mas também uma questão econômica. “Essa é uma bandeira que eu sempre levanto. As empresas precisam saber que sem diversidade, não haverá inovação.”
Grácia Fragalá, Diretora do Comitê de Responsabilidade Social da Fiesp – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, destacou um dos mais valiosos benefícios de trabalhar em companhias que respeitam as diferenças. “A diversidade acaba transformando o ambiente de trabalho em um lugar mais espontâneo. As pessoas passam a agir de maneira mais natural e acabam mostrando quem elas são. As pessoas sofrem menos discriminação e consequentemente há uma diminuição dos fatores de stress originados pelo trabalho. Isso é muito bom para saúde mental dos funcionários.”
Julia Pirola, Diretora de Pessoas e Organização na Novartis Brasil, dividiu com os participantes um pouco sobre as experiências dentro da sua empresa. Segundo ela, a Novartis Brasil possui uma diretriz chamada “Own Boss” (Próprio Chefe). “Incentivamos que haja uma maior independência entre os nossos funcionários. É importante que eles arrisquem e errem, pois erros são aceitáveis. É dessa forma que acontecem as transformações, que levam os funcionários a serem mais inovadores e curiosos.” Julia também mencionou que a Novartis adota outras políticas, como a flexibilização do “Dress Code” e a promoção da licença paternidade por 6 meses, período igual ao das mulheres.
Luiz Roschel, Gerente Geral & Diretor Legal na Firmenich, deu um conselho importante às empresas que querem implementar projetos na área. “Mudanças geralmente geram resistência. Por isso, é essencial dialogar com os colaboradores, mostrar para eles que as mudanças serão boas e que eles poderão trabalhar de uma maneira melhor.” A Firmenich Brasil tem uma política de diversidade e inclusão reconhecida internacionalmente, ela está entre as poucas empresas no Brasil a receber a certificação EDGE (Economic Dividends for Gender Equality), pela igualdade de gênero no ambiente de trabalho. Luiz ainda comentou que o CEO Global da Firmenich, Gilbert Ghostine, mesmo de longe, faz questão de realizar reuniões virtuais com os colaboradores no Brasil.
Cristina Weiss, Diretora de RH Swiss Re Brasil, fechou o evento tocando em um ponto primordial. “A principal questão que devemos perguntar aos colaboradores é: Por que você continua trabalhando nesta empresa?” Segunda ela, a resposta a esta pergunta diz muito sobre o alinhamento entre empresa e funcionário. As respostas mais frequentes estão ligadas ao sentimento de reconhecimento, valorização e à sensação pessoal de estar contribuindo para o crescimento da empresa. “As pessoas vão abandonando sua essência no mundo corporativo para serem incluídas e acabam perdendo sua identidade. É importante que as empresas recuperem essas individualidades.” Cristina também trouxe uma visão diferente sobre o papel do RH no cotidiano dos funcionários. “Na Swiss Re temos grupos de trabalho autônomos, no qual os colaboradores discutem questões internas entre si. O setor de RH é apenas um observador.”
Tivemos uma manhã repleta de novas ideias. A SWISSCAM agradece todos os participantes por compartilharem conosco suas experiências. Cada contribuição foi extremamente enriquecedora. Também agradecemos os associados Ouro da SWISSCAM, principais apoiadores deste evento: ABB, Clariant, Curaprox, Elevadores Atlas Schindler, EU Business School, Nestlé, Novartis, MSC, Philip Morris, Roche, Syngenta e Zurich Seguros.
